"O importante não é ter o melhor plano, mas sim ter um e ser persistente em sua execução." Gustavo Cerbasi
Nesta semana o Banco Central aumentou a Taxa Selic, que representa a taxa básica de juros da Economia, para 5,25% ao ano, aumento este já esperado para o mercado. Mas, o que este aumento pode afetar em nossas finanças pessoais ou empresariais? Segue abaixo alguns pontos de atenção para minimizarmos o risco de algumas decisões.
1) Evitem nesse momento investimentos prefixados
Em período de alta da taxa básica de juros, e ainda com uma nova expectativa de alta para setembro e fechar em 7% no final de 2021, devemos escolher muito bem se compensa investir em títulos prefixados seja no Tesouro Direto ou em CDBs. Por exemplo, no dia da postagem, o Tesouro prefixado 2024 estava oferecendo uma taxa 9,15% ao ano. A taxa parece atrativa, mas vamos lembrar que no ano que vem teremos eleições e, devido à polarização atual, a situação econômica do país pode sofrer efeitos negativos e, tanto a taxa Selic como a inflação podem disparar. Neste momento ter uma reserva no Tesouro Selic, ou investimentos em CDI com liquidez diária (contanto esteja remunerando no mínimo 100% da taxa DI), acompanhando estes possíveis aumentos, pode ser interessante, pois suas reservas ficam protegidas. Vale lembrar que você pode investir no Tesouro Selic a partir de pouco mais de R$ 100,00 e no CDI você precisa consultar o seu Banco, para saber o valor inicial de investimento. Investimentos em prefixados neste momento compensam se estiverem oferecendo acima de 10% ao ano, porém evite prazos muito longos.
2) Fiquem atentos ao comportamento da inflação
Estamos em um período de alta da inflação, o que pode comprometer o ganho real dos investimentos. Conforme o relatório Focus publicado nesta semana, a previsão é fecharmos o ano com uma inflação do IPCA (índice oficial do Governo) de 6,79%, porém já com uma previsão de queda para 2022 em 3,81%. Uma segunda sugestão é diversificar parte dos seus investimentos em títulos indexados ao IPCA. Na consulta ao Tesouro Direto, na semana de postagem do blog, estava sendo oferecida no Tesouro IPCA+2026 uma rentabilidade de IPCA+4,23% ao ano. O que isso quer dizer? Que neste período você terá garantido um ganho real de 4,23% ao ano mais a variação da inflação. Se a inflação subir ou cair, você tem o seu ganho real protegido.
3) Migre urgente o seu investimento que está na caderneta de poupança
Conforme regra estabelecida em vigor no mercado, a Poupança remunera 70% da Taxa Selic. Fazendo a conta com a taxa Selic atual (5,25 x 0,7) a Poupança renderá em um ano 3,68%, ou seja, você estará perdendo ganho real ($$$) para o próprio Tesouro Selic, para o Tesouro IPCA e para a própria Inflação. Ainda não está compensando manter seus recursos na caderneta de poupança.
Ah, mas vale a dica sempre pontual: antes de já ir sacando o seu saldo, consulte a data de aniversário da caderneta para ao menos ganhar a rentabilidade do mês.
4) Analise o desempenho dos seus Fundos de Investimento
Para quem está com os seus recursos investidos em Fundos, principalmente DI, faça uma comparação urgente sobre a rentabilidade do seu fundo com os exemplos que comentamos anteriormente. Há Fundos de Investimentos DI que estão perdendo até para a caderneta de poupança. O site Invest Exame publicou em maio deste ano, as rentabilidades médias das classes de fundos e vale a pena comparar se o seu Fundo atual não está abaixo da média do que o mercado está oferecendo. Quer compreender melhor sobre o que se trata os Fundos de Investimento? Temos uma série de três capítulos sobre o tema Fundos. Clique aqui.
5) Diverfisique seus investimentos
Vocês devem ter percebido nos itens anteriores que é praticamente impossível acertar 100% na mosca, quanto ao melhor investimento. A proposta é você diversificar, minimizar riscos e ter parte dos seus recursos com liquidez. Não dá para investir em um único ativo, pois você poderá estar perdendo excelentes oportunidades no mercado financeiro.
Passe a incluir a possibilidade de investir no mercado de Ações ou em Fundos de Ações, pois está aí uma chance de aumentar os seus ganhos, assumindo um pouco mais de risco, porém em empresas seguras. Se você não conhece muito sobre este tipo de investimento, temos uma postagem específica sobre ações. É só clicar aqui.
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Vamos agora ao habitual resumo do mercado financeiro.
RESUMO SEMANAL DO MERCADO FINANCEIRO
BOLSA DE VALORES
Na Bolsa de Valores, o Ibovespa, encerrou o dia com alta de 0,97%, a 122.810,36 pontos, devido o otimismo do mercado externo que levou as bolsas americanas a renovarem seu recorde histórico mais uma vez nesta sexta.
Na primeira semana do mês de agosto, o Ibovespa fecha com alta de 0,83%.
No ano de 2021 traz um ganho para o Ibovespa em 3,19% e, durante os últimos 12 meses, a rentabilidade está em 19,49%.
DÓLAR
O dólar encerrou nesta sexta-feira (6) em alta de 0,4%, cotado a R$ 5,236, muito influenciado por dados fortes de emprego nos Estados Unidos divulgados durante o dia, que ajudaram a fortalecer a moeda do país.
Nesta primeira semana de agosto, o dólar fecha com uma variação positiva de 0,5%.
Neste ano o dólar apresenta uma variação de 0,91% e, nos últimos 12 meses a variação negativa de 2%.
OURO
O contrato mais líquido do Ouro fechou em alta nesta sexta-feira (06), em R$ 296,83 com variações negativas de 2,48% no dia e 2,32% na semana. No mês de agosto o Ouro fecha com uma desvalorização de 2,32%.
Neste ano de 2021 o Ouro ainda está em queda de 6,38% e, nos últimos 12 meses, a cotação do ouro apresenta uma variação negativa de 16,09% no período, quando o grama estava cotado em R$ 353,74.
POUPANÇA
Conforme dados da Agência Brasil/Dica de Hoje a Caderneta de Poupança tem captação líquida de R$ 6,37 bilhões em julho, impulsionada pela nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial e pela alta recente nos juros. A mais tradicional aplicação dos brasileiros registrou o quarto mês seguido de desempenho positivo.
SELIC
A taxa básica de juros (SELIC), teve mais uma elevação nesta semana, em 5,25% ao ano, e pela quarta vez consecutiva neste ano, o que pode agravar o endividamento dos brasileiros, segundo economistas.
De acordo com os últimos dados do Banco Central, 58,5% da renda das famílias está comprometida com alguma dívida. É o maior porcentual desde o início da série histórica, em 2005.
Fontes: ANBIMA; Banco Central; Bullion-Rates; Capitalizo; CNN Business; CORECON; Dica de Hoje; Endeavor; EQI; Forbes; Infomoney; Itaú Corretora, Nord Research; Sebrae; Suno Research; Tesouro Direto, XP Inc.
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