“Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões.” Fernando Dolabela
Blog escrito pelo Contador, Professor e Consultor Marcello Cacavallo
Todo empreendimento é a idealização de um propósito. Ele nasce de um sonho, cujo objetivo é a busca incessante do êxito. Empreender é deixar um legado, uma marca. Contudo nem tudo nesse processo é glamour, exige-se muito mais que visão, é necessário muita dedicação, muito planejamento e muito acompanhamento. Não basta apenas ter uma ideia e implementá-la de qualquer maneira. Muitos empreendedores, especialistas em suas áreas de atuação, ou por acreditar que a ideia de seu negócio vai mudar o mundo, esquecem que o dia a dia de uma empresa é cheio de detalhes que podem inviabilizar qualquer empreendimento antes dele mesmo ser construído.
Como o empreender sem sentir as “dores” no negócio? Diria que é impossível, mas a construção de um novo negócio pode ser menos sofrida com o apoio de profissionais especializados que ajudam empreendedores na construção de seus sonhos. Um desses profissionais é o Contabilista, que irá atuar no novo negócio desde a sua formalização e se fará presente aconselhando o empreendedor durante toda a jornada de seu empreendimento.
Tenho acompanhado e capacitado empreendedores em seus negócios há alguns bons anos e posso afirmar que a contratação de um profissional de contabilidade, vai muito além de meros procedimentos burocráticos junto à órgãos governamentais, o que por si só, já é de extrema importância devido a extrema complexidade da nossa legislação societária e tributária. O profissional de contabilidade também é responsável pela gestão da empresa. A contabilidade se faz presente pelo fornecimento de informações gerenciais e financeiras que ajudam o empreendedor em melhores tomadas de decisões.
Segue abaixo, cinco pontos relevantes que devem ser entendidos, sobre a importância da contratação de um profissional de contabilidade para suporte a empreendedores:
1) Planejamento Societário:
O empreendedor deve discutir com o Contador, a melhor forma de registrar o novo negócio. Como elaborar o contrato / estatuto social da empresa, qual o valor do Capital Social a ser aplicado, a responsabilidade civil dos administradores, o tipo de empresa, MEI, ME, LTDA, Empresário Individual, EIRELI, Unipessoal. Nosso código civil é bem complexo nesse ponto.
2) Planejamento Tributário:
Existem três formas (regimes de tributação) para uma empresa recolher os tributos devidos: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. Mas não se trata de escolha da empresa. O regime a ser adotado vai depender do ramo de atividade do empreendimento, da expectativa de faturamento, da composição societária. Este é um dos principais pontos de acompanhamento para o sucesso de qualquer negócio. A falta de planejamento tributário pode resultar em perdas financeiras elevadas. O profissional de contabilidade é o mais indicado a assessorar o empresário neste ponto.
3) Demonstrações Contábeis:
Os relatórios contábeis e financeiros como o Balanço Patrimonial e a DRE - Demonstração do Resultado do Exercício, são instrumentos indispensáveis para o gerenciamento financeiro de uma empresa. São relatórios elaborados por contadores e trata-se de um verdadeiro Diagnóstico Empresarial. Através da análise dos mesmos que decisões de investimentos, concessão de crédito, participações em licitações são tomadas. A análise contempla ainda, a evolução do patrimônio da empresa e a realização ou não dos lucros ou possíveis prejuízos.
4) Finanças e Controle do Fluxo Caixa:
Aqui cabe ao profissional de contabilidade ajudar o empreendedor a elaborar as ferramentas de controle do Fluxo de Caixa, que consiste na previsão de entradas e saídas de recursos financeiros do negócio. Aqui é importante ressaltar a importância da aplicação do Princípio Contábil da Entidade que determina que o patrimônio do empreendimento, não se confunde com o patrimônio pessoal do empreendedor. A não observância deste princípio é um dos erros mais frequentes de gestão empresarial, cometidos por empreendedores no início de seus negócios: pagar as contas pessoais com recursos do caixa da empresa.
5) Análise de Custos:
Uma das maiores dificuldades práticas de qualquer novo empreendedor é precificar o valor de seu produto ou serviço. De novo, de nada adianta ter ideias inovadoras, mas não saber o quanto cobrar por elas. Temos aqui uma discussão que vai além da procedimentos contábeis financeiros, pois o preço de venda também está relacionado ao valor agregado do produto ou serviço. Mas o que não pode acontecer é o empresário fixar um preço abaixo de seus custos. Um profissional de contabilidade pode calcular todos os custos fixos, variáveis, diretos e indiretos envolvidos no empreendimento, em um produto ou serviço. Com o custo final calculado, fica bem mais fácil estabelecer um preço de venda confiável e que irá resultar em lucros para o negócio.
O sucesso de um empreendimento vai além do que foi descrito acima, vai além da ajuda somente de um profissional de contabilidade. O empreendedor, deve observar todas as áreas funcionais da empresa como Marketing, Comercial, Recursos Humanos, Logística, Qualidade, Jurídico e outros. Tampouco podemos resumir o profissional contábil e seus serviços somente com os pontos aqui levantados o trabalho contábil, ainda está relacionado com atendimentos a fiscalizações, emissão de certidões negativas, elaboração de folhas de pagamento... UFA!!! Haja trabalho para esse profissional.
Empreendedor, não hesite em consultar um profissional de contabilidade. Esse profissional pode ajudar e muito a realização de seu sonho.
Marcello Cacavallo é Contador, Professor Universitário, Especialista em Educação Financeira e Gestão do Patrimônio. Possui 35 anos de atuação profissional e é apaixonado pelo tema Gestão Empresarial. Tem como propósito: transformar pessoas e empresas através da educação profissional. É fundador da Bpcorp Capacitação Gerencial.
Contato: marcello@bpcorp.com.br
Agora vamos ao resumo semanal do mercado financeiro
RESUMO SEMANAL DO MERCADO FINANCEIRO
BOLSA DE VALORES
A Bolsa brasileira, marcada por uma semana pelo vencimento de opções sobre ações, mudanças na reforma do Imposto de Renda e do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), onde garantiu que os EUA manterão sua política monetária expansionista, caiu 1,18% no dia 16 com 125.960,22 pontos.
Na semana, o destaque foi das ações do Magazine Luiza (MGLU3), que continuaram subindo depois que a compra bilionária do KaBuM! agradou o mercado.
O mês de julho ainda se encontra negativo no Ibovespa em 0,66%.
No ano de 2021 traz um ganho para o Ibovespa em 5,83% e, durante os últimos 12 meses, a rentabilidade está em 22,42%.
DÓLAR
O dólar comercial fechou perto da estabilidade nesta sexta-feira (16), com queda de 0,01%, para R$ 5,124. Já na semana a moeda norte-americana encerrou em queda de 2,6% frente ao real.
Neste ano o dólar apresenta uma variação de 1,27% e, nos últimos 12 meses a variação do dólar está também negativa em 3,79%.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
IFIX: o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários, fechou a sexta (16) praticamente com leve alta de 0,09%, com 2.841,35 pontos.
Na semana e no mês de julho, as rentabilidades estão positivas em 2,87% e 3,14% respectivamente.
No ano de 2021 a rentabilidade do índice está negativa em 1% e nos últimos 12 meses o índice demonstra uma recuperação com uma rentabilidade de 3,64%.
INFLAÇÃO
Conforme informação divulgada no site Dica de Hoje, de acordo com a consultoria LCA, a maior alta neste ano continuará sendo no preço da carne de boi (17,6%), seguida da de porco (15,1%) e de frango (11,8%). Alternativa às carnes, o valor do ovo de galinha também deve subir (7,6%). Já a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) prevê um aumento nos preços do frango entre 10% e 15% já no fim de julho e início de agosto.
OURO
O contrato mais líquido do Ouro fechou em queda nesta sexta-feira, 16, encerrando uma semana de avanço para o preço do metal. A cotação do grama do Ouro fechou a cotação do grama em R$ 297,98 (dia 16) com variações negativas de 0,9% no dia e 5,15% na semana.
Neste ano de 2021 o Ouro está em queda de 6,02% e, nos últimos 12 meses, a cotação do ouro apresenta uma variação negativa de 3,27% no período, quando o grama estava cotado em R$ 308,04.
PRATA
A cotação do grama da Prata fecha a semana com quedas de 2,5% no dia 16 (sexta) e 4,35% na semana, cotada a R$ 4,2212. O mês de julho a cotação da Prata fecha com uma variação negativa de 10,2%.
No ano de 2021 a cotação da prata apresenta uma rentabilidade negativa em 5,11% e, nos últimos 12 meses, tendo como parâmetro, a cotação em 16 de julho de 2020 onde o grama estava cotado em R$ 3,2543 o que representa uma valorização de 29,71% no período.
PRODUTO INTERNO BRUTO
Conforme divulgado pelo Instituto de Economia da FGV, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,8% em maio ante abril. Na comparação com maio de 2020, os dados indicam que a atividade econômica avançou 13,4%.
POLÍTICA FISCAL
Conforme informações divulgadas na Agência Brasil, a segunda fase da reforma tributária, que mexe no Imposto de Renda de pessoas físicas, de empresas e de investimentos, aumentará a arrecadação em R$ 6,15 bilhões até 2024, caso seja aprovada como o governo enviou.
SERVIÇOS
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informado na última terça-feira (13), o volume do setor de serviços do Brasil cresceu 1,2% em maio em relação a abril. Pela segunda vez neste ano, o setor supera o nível em que se encontrava antes da pandemia de Covid-19.
Com dois meses seguidos de resultados positivos, o setor acumulou alta de 2,5%, ainda insuficiente para recuperar as perdas de março, quando registrou queda de 3,4%.
Um dos destaques foi o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (3,7%), que têm o segundo maior peso no índice geral.
Já no setor do Turismo, a conversa é bem diferente, pois o turismo brasileiro acumula prejuízo de R$ 376,6 bilhões desde início da pandemia, conforme dados divulgados nesta semana na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Fontes: ANBIMA; Banco Central; Bullion-Rates; Capitalizo; CNN Business; CORECON; Dica de Hoje; Endeavor; EQI; FGC; Infomoney; Itaú Corretora, Nord Research; Sebrae; Suno Research; Tesouro Direto, XP Inc.
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